Bom dia, família!
Uma coisa me espantou outro dia, e dessas que só espantam porque são óbvias: eu nunca falei de Mark Leonard aqui. Nunca. Nenhuma linha. Lá do Canadá, o sujeito comanda um dos impérios mais discretos do capitalismo moderno — e eu, nada...
E o pior: não foi uma epifania minha. Não foi uma dessas iluminações de fim de tarde que me fez atentar para essa imperdoável omissão. Não. Precisei ler de Mark Leonard num blog alheio — o Bits, Stocks e Blocks, do Edu, aliás, excelente — pra perceber o meu próprio silêncio.
Meu silêncio sobre Mark Leonard me incomodou. E não por obrigação — mas por admiração.
Leonard é, há tempos, um dos meus favoritos. Construiu uma das empresas mais respeitadas do mundo, exportou um framework inteiro de pensamento… e escreve cartas que deveriam ser lidas por todos os executivos e investidores.
Como se não bastasse, tem estilo. Não o estilo espalhafatoso de coach de Instagram, mas o de um eremita com banca. Com números. Com lastro. Olha só esse dado que o Edu trouxe no texto dele:
Se você tivesse investido no IPO da Constellation Software em 2006 e mantivesse suas ações, seu retorno seria de 266x, uma TIR de cerca de 36% ao ano. Nos últimos 3, 5 e 10 anos os retornos foram de 2.36x (TIR de 33.9%), 3.14x (26.4%) e 8.35x (25.2%) respectivamente.
Sério, o sujeito é um fora de série — a antítese do incompetente barulhento que abunda por aí. Mark Leonard é brilhantismo com discrição monástica.
E justamente por isso, quase nunca se ouve sua voz.
Não fala com jornalistas. Não vai a conferências. Não aparece em podcasts.
Mas falou. Uma vez, em 2020.
O resultado é uma aula — e, talvez, a melhor fonte de conhecimento sobre Leonard e a Constellation que existe.
Minha homenagem a Mark Leonard, neste post, não será escrever sobre ele.
Será fazê-lo ser ouvido.
Reserve uma hora e quarenta do seu dia. O que vem agora é, sem exagero, o melhor que você vai escutar em muito, muito tempo: